A regulação hormonal do desejo sexual, excitação e ereção peniana nos homens: recomendações da Quinta Consulta Internacional sobre Medicina Sexual (ICSM 2024)
Autores: Rastrelli, Antonio, Carrier, Isidori, & Maggi
De acordo com o painel de especialistas que reuniram para a Consultadoria Internacional em Medicina Sexual, estabeleceram-se recomendações clínicas baseadas em evidência sobre o papel das hormonas na regulação do desejo sexual, excitação sexual e ereção nos homens. A testosterona é destacada como o principal regulador da libido e da função erétil, com forte suporte científico para a sua avaliação e tratamento em casos de hipogonadismo. A hiperprolactinemia é também reconhecida como causa relevante de desejo sexual diminuído nos homens, sendo recomendada a sua avaliação e tratamento quando os níveis estão significativamente elevados. Por outro lado, hormonas como o estradiol, di-hidrotestosterona, hormonas da tiróide, do crescimento, adrenalinas e neuropeptídeos como a oxitocina, melanocortinas e kisspeptina, embora envolvidas na fisiologia sexual, apresentam evidência clínica limitada ou inconsistente quanto à sua utilidade diagnóstica ou terapêutica.
As recomendações clínicas sugerem que a avaliação hormonal deve ser criteriosa e centrada nos casos em que há suspeita de disfunção endócrina relevante. A terapia de substituição com testosterona pode melhorar o desejo sexual e, em alguns casos, a função erétil, especialmente em homens com hipogonadismo confirmado e sem comorbilidades significativas. A prolactina deve ser medida em todos os homens com desejo sexual diminuído, mas não necessariamente em casos de disfunção erétil isolada. Hormonas como dehidroepiandrosterona, cortisol, hormonas da tiróide e do crescimento devem ser avaliadas apenas em contextos clínicos específicos. Em suma, embora várias hormonas estejam envolvidas na sexualidade masculina, apenas algumas têm aplicação clínica clara, sendo necessário mais investigação para validar o uso terapêutico de neuropeptídeos emergentes.
Referência para o artigo (open access): https://doi.org/10.1093/sxmrev/qeaf025