Dispositivos de ereção a vácuo para disfunção erétil: recomendações da 5ª Consulta Internacional sobre Medicina Sexual
Autores: Wang, Martins, Ralph, Hatzichristodoulou, Osmonov, Parker, Park, Moncada, Bettocchi, Munarriz & Köhler
De acordo com o painel de especialistas que reuniram no âmbito da Consultoria Internacional em Medicina Sexual, os dispositivos de vácuo para a ereção continuam a ser uma opção terapêutica eficaz e segura para a disfunção erétil, mesmo em populações cujo tratamento é considerado complexo e difícil, nomeadamente em homens com comorbilidades como diabetes mellitus, lesão medular ou após a realização de prostatectomia radical. Embora a sua utilização como tratamento primário tenha diminuído com a introdução dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5i), os dispositivos de vácuo para a ereção têm demonstrado utilidade como terapia combinada e como ferramenta de reabilitação peniana, especialmente para preservar ou restaurar o tamanho peniano após a realização de prostatectomia radical. No entanto, não há evidência de que acelerem a recuperação da função erétil espontânea. A adesão ao uso de dispositivos de vácuo para a ereção é frequentemente limitada devido à sua natureza mecânica, desconforto, ou preferência por outras terapias.
As recomendações do painel de especialistas sugerem que os clínicos devem considerar o uso de dispositivos de vácuo para a ereção isoladamente ou em combinação com outras terapias, adaptando a abordagem às necessidades e preferências dos homens com disfunção erétil e indicação para utilização dos mesmos. Os dispositivos de vácuo para a ereção podem ser útil antes ou depois da colocação de próteses penianas, em casos de doença de Peyronie, após cirurgia pélvica ou uretral, e em programas de reabilitação pós-prostatectomia. Os efeitos adversos são geralmente ligeiros e temporários, mas o dispositivo não é recomendado em casos de distúrbios hemorrágicos ou risco elevado de priapismo. O artigo reforça a importância da decisão partilhada entre profissional de saúde e pessoa com disfunção erétil na escolha do dispositivo de vácuo para a ereção como parte do plano terapêutico.
Referência para o artigo (open access): https://doi.org/10.1093/sxmrev/qeaf002