Dimensões psicológicas e interpessoais da função e disfunção sexual: recomendações da Quinta Consulta Internacional sobre Medicina Sexual (ICSM 2024)


Dimensões psicológicas e interpessoais da função e disfunção sexual: recomendações da Quinta Consulta Internacional sobre Medicina Sexual (ICSM 2024)

Dimensões psicológicas e interpessoais da função e disfunção sexual: recomendações da Quinta Consulta Internacional sobre Medicina Sexual (ICSM 2024)

Autores: Brotto, Atallah, Carvalho, Gordon, Pascoal, Reda, Stephenson, & Tavares

No decorrer da mais recente Consultadoria Internacional em Medicina Sexual, foram propostas recomendações clínicas no âmbito das dimensões psicológicas e interpessoais associadas às disfunções sexuais. Neste sentido, uma revisão compreensiva da mais recente literatura enfatizou um modelo biopsicossocial que reconhece a saúde sexual como sendo influenciada por aspetos biológicos, psicológicos e interpessoais. O artigo descreve de que forma dimensões psicológicas como a ansiedade, depressão ou trauma, e dimensões interpessoais, como a comunicação e a satisfação relacional, contribuem ou potenciam a disfunção sexual feminina e masculina. O painel de especialistas recomenda que os profissionais conduzam uma avaliação inicial detalhada e cuidada com recurso a intrumentos validados e com base em modelos como o ex-PLISSIT (permissão, informação limitada, sugestões específicas e terapia intensiva). Para além disso, há a recomendação de personalizar as intervenções oferecidas e, sempre que necessário, a referenciação para profissionais especializados.

No artigo é realizada uma revisão das diferentes intervenções psicológicas para as disfunções sexuais, nomeadamente a Psicoeducação, a Terapia Cognitivo-Comportamental, a Terapia Baseada no Mindfulness, o Foco Sensorial e a Terapia de Casal, com descrição da base teórica, aplicação prática e evidência empírica. As autores sugerem, ainda, a integração e o recurso a intervenções combinadas como, por exemplo, a psicoterapia e a farmacoterapia, quando necessário para intervir em aspetos físicos e emocionais associados à disfunção sexual. As intervenções digitais em saúde são também abordadas e propostas como alternativas particularmente para pessoas que enfrentam barreiras logísticas ou estigma social. Por fim, o artigo enfatiza a necessidade de serem providenciadas intervenções inclusivas e personalizadas de acordo com o contexto psicológico e relacional.

Referência para o artigo (open access): https://doi.org/10.1093/sxmrev/qeae073