Infecção, inflamação e função sexual em pacientes do sexo masculino e feminino: recomendações da Quinta Consulta Internacional sobre Medicina Sexual (ICSM 2024)
Autores: Facio, Colonnello, Alzweri, Citrin, Dubinskaya, Falsetta, Fregonesi, Kellogg-Spadt, Loes, & Jannini
De acordo com a última Consultoria Internacional em Medicina Sexual, destaca-se uma interligação entre infecções, inflamações e disfunções sexuais femininas e masculinas. As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como clamídia, gonorreia, sífilis, HPV, HIV e herpes, afetam significativamente a saúde sexual e reprodutiva, podendo causar dor, infertilidade, alterações anatómicas e impacto psicológico significativo. A COVID-19 também foi abordada como fator emergente, com evidências de associação a disfunção erétil, alterações hormonais e impacto na qualidade do esperma. Os autores do artigo recomendam estratégias de prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e educação sexual, com atenção especial à saúde sexual de populações vulneráveis, como a comunidade LGBTQIA+.
Além das infecções, o artigo enfatiza o papel da inflamação crónica, presente em doenças como obesidade, síndrome metabólica, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, respiratórias, autoimunes e dor pélvica crónica, como fator central na disfunção sexual. Mais especificamente, a inflamação afeta a função endotelial, reduz o fluxo sanguíneo genital e interfere na produção hormonal, o que interfere negativamente com o desejo sexual, a excitação sexual e o orgasmo. Neste sentido, são propostas abordagens integrativas que envolvem mudanças no estilo de vida, apoio psicoterapêutico, terapias físicas e envolvimento da pessoa parceira como agentes “anti-inflamatórios”. Neste artigo é ainda possível encontrar uma lista de recomendações, baseadas em evidência empírica e atualizada, para o tratamento da principais e mais comuns ISTs, bem como o nível de risco de transmissão das mesmas de acordo com diferentes atividades e práticas sexuais. Em suma, a saúde sexual é vista como um marcador precoce de doenças crónicas e uma forte motivação para a adoção de estilos de vida e hábitos saudáveis.
Referência para o artigo (open access): https://doi.org/10.1093/sxmrev/qeaf021